Alternativa
Pais mudam escola de filhos com deficiência
Sem um número suficiente de cuidadores na Emef Professora Maria Helena Vargas da Silveira, famílias dizem se sentir excluídas
Jô Folha -
Conseguir vagas para pessoas com deficiência (PCD) na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Professora Maria Helena Vargas da Silveira, na região do Sítio Floresta, tornou-se um desafio para algumas mães em Pelotas. O motivo é o baixo número de professores auxiliares para o atendimento de alunos com a necessidades desse suporte.
Localizada em frente aos residenciais Amazonas e Roraima, a escola foi criada para atender os moradores que se mudaram para a região a partir da construção dos imóveis. Porém, após quase dois anos da inauguração, alunos com deficiência que moram na localidade ainda não ingressaram na instituição justamente pela falta de cuidadores.
Mãe de dois filhos com deficiência, Simone Lopes, 39, está desde o ano passado tentando vagas no educandário, que fica próximo de casa. A dona de casa, que divide os afazeres com os cuidados dos filhos Matheus, 18, que tem artrite idiopática juvenil, e do caçula Lucas Bernardo, 6, que é autista e possui baixa visão, reclama da situação. “Eles falam tanto sobre inclusão, mas nossos filhos estão sendo excluídos.”
O caso é semelhante ao de Patrícia Roloff, 38. Um dos sete filhos da dona de casa é Eduardo, 16.
Diagnosticado com epilepsia, o jovem que está no nono ano precisa de acompanhamento maior durante o período que está em aula. Além disso, Patrícia conta que ele chegou a frequentar a escola Maria Helena, mas como o local não tinha cuidadores para lhe acompanhar, foi necessário transferi-lo para outra escola do bairro, dessa vez mais distante de casa.
Sem vagas, mães passam por dificuldades
Enquanto não conseguem uma vaga na instituição, às quartas-feiras Simone e Lucas enfrentam um trajeto de uma hora e meia até a escola Louis Braille, onde o menino estuda atualmente. Ao meio-dia, eles saem do condomínio Roraima e pegam ônibus até o Centro, onde embarcam em outro coletivo até a instituição. Nesse meio tempo, enquanto acompanha o filho mais novo, Simone conta com a ajuda de vizinhos para cuidar de Matheus, que também precisa de atenção especial.
Por conta do estágio de sua artrite, Matheus tem problemas na locomoção. Para Simone, seria melhor se os dois filhos estivessem em uma escola mais perto de casa, já que no período da noite ela se desloca com o filho mais velho até a Escola Municipal Independência.
Eduardo, um dos filhos mais velhos de Patrícia, também frequenta a Independência. Ela comenta que o ideal seria que os setes filhos estudassem na mesma escola, mas entende que no momento esse desejo ainda não é possível. “Lá tem uma pessoa para auxiliar ele, aqui não.”
Resposta da prefeitura
A Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed) diz que a Emef Professora Maria Helena Vargas da Silveira possui professores auxiliares para o atendimento de alunos com deficiência. No entanto, confirma que o número de profissionais é insuficiente para a demanda da instituição. O município afirma estar em processo para nomeação de profissionais da área da Educação que podem suprir essa falta. A nomeação está prevista para ocorrer nos próximos dias.
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